20 de Janeiro – São Sebastião

Mártir, protetor dos militares

No dia vinte de Janeiro, a Igreja comemora o dia de São Sebastião. Ele é o padroeiro de muitas cidades pelo mundo, de modo especial de minha cidade natal: Limoeiro PE que este ano celebra a 121ª festa do glorioso Mártir. inclusive do Rio de Janeiro que, antigamente, se chamava “São Sebastião do Rio de Janeiro” em homenagem ao santo, por ter sido fundada no dia de sua festa.

Há um fato muito interessante sobre a história de São Sebastião: ela é conhecida muito mais através atas romanas de condenação e castigos do que por escritos biográficos. Nessas atas os escribas romanos escreviam pouca coisa sobre a vida do martirizado. Porém, caprichavam nos detalhes das torturas e sofrimentos aplicados a eles antes de morrerem. Essas atas ficavam expostas ao povo com o objetivo de amedrontar e desanimar possíveis adesões à fé cristã. Porém, o testemunho dos mártires era mais forte do que as atas aterrorizantes dos romanos. E o cristianismo só crescia.

Mesmo assim, sabe-se muita coisa sobre São Sebastião. Ele nasceu em Narbona, França e, ainda pequeno, foi para Milão, na Itália. Lá, cresceu, estudou e seguiu a carreira militar a exemplo de seu pai.

No exército romano ele se tornou o centurião da Primeira Guarda Pretoriana, ou seja, ele era o Capitão da Primeira Guarda do Imperador. Nesse posto, ele serviu a dois imperadores: Maximiano e Diocleciano. Ambos conheceram Sebastião e gostavam de sua companhia por saberem que se tratava de um homem leal, honesto, rico em valores morais e honrado. O que os imperadores não sabiam é que Sebastião era cristão.

Sebastião não escondia sua fé, mas também não a alardeava. Sempre que conseguia, visitava cristãos presos e levava-lhes mantimentos e ajuda. Sebastião converteu soldados romanos de sua legião ao cristianismo. Aliás, nas legiões romanas muitos soldados iam se tornando cristãos. Maximiano, porém, ao saber da existência de cristãos em seu exército, iniciou uma caçada a eles e expulsou a todos os que descobriu. Somente os que fossem filhos de soldados poderiam ficar, desde que renunciassem à fé.

Quando Maximiano descobriu que Sebastião era cristão ficou decepcionado e irado. Mandou que ele renunciasse à fé cristã. Sebastião negou-se a obedecer. Por isso, sofreu sua primeira condenação e tortura: seria morto a flechadas. O castigo aconteceu. Sebastião foi dado como morto e jogado num rio. Porém, milagrosamente, sobreviveu e apresentou-se ao imperador para pedir liberdade para os cristãos. O imperador, porém, mandou que ele fosse espancado até a morte. E assim aconteceu.

O corpo de São Sebastião foi jogado numa fossa para que os cristãos não o encontrassem. Mas ele apareceu a uma cristã chamada Lucina e disse-lhe onde estava seu corpo. Assim, seu corpo foi retirado de lá e sepultado nas catacumbas ao lado dos Apóstolos. Mais tarde, construíram ali a Basílica de São Sebastião, que existe até hoje em Roma.

São Sebastião é um daqueles santos que surpreendem pela história. Sendo centurião da Guarda Pretoriana, gozava da confiança de dois imperadores romanos. Tinha dinheiro, prestígio e fama. Ele podia entregar-se a uma vida de luxo e prazeres sem problemas, mas, ao contrário disso, preferiu assumir uma religião proibida e perseguida por seus superiores.

Porque será? E a resposta só pode ser uma: o sentido de vida, a realização pessoal e a paz que ele encontrou em Jesus Cristo eram muito mais fortes e reais em sua vida do que o prestígio, o dinheiro e o poder do exército romano. Tanto que ele preferiu dar sua vida a renunciar à fé que lhe dava esperança de vida eterna.

Assim acontece com todos aqueles que tem um encontro pessoal com Jesus Cristo. Eles ganham um novo sentido de vida, uma paz profunda no mais íntimo do coração, apesar dos problemas do dia a dia. O Senhor Jesus passa a ser a razão de suas vidas, o tronco no qual eles são os galhos e recebem a seiva da vida eterna.

Que Deus nos dê a graça que teve São Sebastião: a de conhecer profundamente o Senhor Jesus e não negá-lo jamais. E que o nosso testemunho de vida limpa, honesta e cheia de valores faça com que nossa companhia seja agradável para com as pessoas com as quais convivemos, tal como aconteceu com São Sebastião.