sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA

A semente: paciência e esperança - Mc 4,26-34

COMENTÁRIOS

O Reino de Deus exige essa dupla atitude: empenho e espera
O que temos são duas parábolas do Reino. O Reino de Deus não se circunscreve a nenhuma definição. Haverá sempre algo a dizer e a compreender dele. Por isso, a melhor forma de dizê-lo e de fazer entrar no seu mistério é a parábola. A primeira delas, própria a Marcos, apresenta que o Reino de Deus exige uma dupla atitude: empenho e espera. Empenho de semear, de tornar presente no mundo a realidade do mistério do Reino de Deus presente e revelado em Jesus Cristo. Ao mesmo tempo, o dinamismo do Reino de Deus exige perseverança na espera paciente, pois a semente plantada na terra possui o dinamismo do seu próprio crescimento, o que só acontece no curso do tempo, em meio às vicissitudes da história humana. O Reino de Deus não nasce já grande e vistoso. A parábola do grão de mostarda ilustra esse contraste entre a pequenez da semente e o que ela se torna, a maior de todas as hortaliças. Para o ouvinte, a parábola é um convite à confiança e à esperança, e a entrar no dinamismo próprio do Reino de Deus.

Carlos Alberto Contieri, sj

ORAÇÃO

Pai, dá-me sensibilidade para perceber teu Reino acontecendo no meio de nós, aí onde lutamos para a construção de uma sociedade mais humana e fraterna.

São João Bosco

São João Bosco

Pai e Mestre da juventude

31 de Janeiro

“Quantas vezes no decurso de toda a minha vida tive de me convencer desta grande verdade! É mais fácil encolerizar-se do que ter paciência, ameaçar um jovem do que persuadi-lo” (Dom Bosco).

Somente quem, em algum momento da vida, teve contato com a obra e a vida de Dom Bosco, pode entender plenamente a dimensão da frase acima. No final de sua vida, os médicos diagnosticaram que a causa de sua morte foi um desgastar-se inteiramente por amor, um amor incondicional pela salvação da juventude.

Quem foi São João Bosco

Na pequena aldeia de Castelnuovo de Asti, no Piemonte, chamado Murialdo, nasceu, no dia 16 de Agosto de 1815, o filho de Francisco Bosco e Margarida Occhiena, que na Pia Batismal recebeu o nome de João Bosco. Seus pais eram camponeses pobres e muito virtuosos, a fé e a devoção é que impulsionavam a vida e a luta diária.
Por pouco tempo, o pequeno João conviveu com seu pai Francisco. Quando completou dois anos, ficou órfão de pai, e, para Dona Margarida, um tempo de grandes dificuldades estava por vir.
João era o terceiro filho do Senhor Francisco, pois este tinha outro, José, do 1º casamento. Viúvo, casou-se com Dona Margarida que amou e educou o pequeno José como seu legítimo filho.
Com a morte do pai, José, que já entrava na adolescência, tornou-se o homem da casa, porém um pouco rude e intransigente com seus irmãos menores.
Dona Margarida, mulher de temperamento forte, toma as rédeas e com sua piedade consegue manter e prover o sustento de seus filhos. Os tempos eram muito difíceis; a fome e a miséria alastravam-se pela Europa, dilacerada pelas guerras napoleônicas.
João Bosco crescia, ouvindo de sua mãe as mais belas histórias da Bíblia, bem como da vida dos Santos e mártires. Mamãe Margarida era doce e fina no trato com seus filhos, porém sem deixar de ser firme e determinada.
Foi em seu colo que João Bosco e seus irmãos aprenderam a rezar e saudar a Mãe de Nosso Senhor, a sempre Virgem Maria.
Aos nove anos, João Bosco tem o seu primeiro sonho profético; o próprio Senhor lhe mostra sua vocação e lhe dá uma Mestra, Nossa Senhora.
Joãozinho sente o despertar de sua vocação, deseja ardentemente servir a Deus como sacerdote. Mamãe Margarida, depois de ponderar bastante, decide levá-lo à presença do padre José Cafasso, que, após vários questionamentos e entrevistas, confirma a vocação e encaminha o menino para o seminário de Chieri.
Os anos de seminário foram de grandes provações, a refeição de seus companheiros, as dificuldades financeiras... Porém, aos poucos tornou-se o líder do grupo; seu jeito forte e determinado de ser, aliado à sua inteligência invejável, atraía a todos, alunos e professores.
Depois de longos anos de lutas e dificuldades, João Bosco é ordenado sacerdote, em Turim, no dia 5 de Junho de 1841; contava então com 26 anos. No dia de sua ordenação, Mamãe Margarida, com lágrimas nos olhos e beijando as mãos do filho disse-lhe, “Meu filho, pobre eu nasci e pobre vivemos até agora, porém, se um dia te tornares um sacerdote rico, peço-te que esqueças que sou tua mãe”.
Padre João Bosco, além do sacerdócio, sentia em seu coração o pulsar de um ideal principalmente quando se encontrava com uma centena de jovens sem rumo e sem direção, às margens da bela cidade de Turim.
O sonho dos nove anos volta à lembrança e sente que esse ideal é a missão que o Senhor lhe confiava.
Dom Bosco chama alguns daqueles jovens e oferece-lhes algo a mais do que a ociosidade; oferece oportunidade e aponta para o futuro. O grupo vai se tornando cada vez maior, Dom Bosco aluga um espaço e o chama de oratório.
É no oratório que os jovens fazem suas refeições, brincam, aprendem ofício e tem aulas de catecismo. Mamãe Margarida abraça o sonho e a obra de seu filho e torna-se a mão de todos.
Dom Bosco sempre pensa adiante; adquire máquina para tipografia, máquinas industriais para vários cursos. Sua obra começa a agradar a alguns e a incomodar a muitos outros.
A determinação e a coragem o faz seguir adiante. Outros jovens desejam o sacerdócio e com ele assumir a obra. O número era bastante significativo, o que levou Dom Bosco a fundar a Pia Sociedade de São Francisco de Salles, tendo por objetivo a educação juvenil.
O amor que Dom Bosco nutria pela Virgem Maria era tão grande, e a confiança em sua intercessão era tanta, que a chamava “Mãe e Mestra da juventude”, adotando o título de “Auxiliadora dos cristãos”.
Para prestar homenagem à Virgem Auxiliadora, dá início à construção da belíssima basílica, sem contar com nenhum centavo. A confiança na Providência, contudo, sempre esteve presente em Dom Bosco e assim a majestosa basílica foi-se erguendo, para o espanto de todos.
Dom Bosco, percebendo que muitas jovens encontravam-se também esquecidas e marginalizadas, desejou oferecer-lhes amparo moral, profissional e religioso; foi então que encontrou a jovem Maria Domingas Mazarello e com ela fundou o “Instituto das filhas de Maria Auxiliadora”.
Dom Bosco foi um sacerdote de visão; era visitado por nobres, imperadores e com eles manteve vasta correspondência, advertindo, inclusive, quanto a questões diplomáticas.
Incansável, Dom Bosco, que por seus jovens se consumia a cada dia, fazia a obra salesiana alcançar quase todos os continentes; seu ideal era abraçado por muitos, de diversos modos.
Antes de morrer, em seu leito, diz aos seus que estavam no quarto e aos que estavam no pátio: “Ela está aqui, a Virgem Maria está aqui”, e olhando a todos, diz “foi ela quem tudo fez. Digam a meus jovens que eu os espero no paraíso”.
Era o dia 31 de Janeiro de 1888. Morreu o sonhador; o sonho, porém, se concretizou para a eternidade.

Louvo e agradeço a Deus pelos sete anos durante os quais estudei no Colégio Salesiano Itajaí, pois foi lá que aprendi a conhecer e amar Dom Bosco e Nossa Senhora Auxiliadora.

O ano de 2012 marca o início do triênio de preparação para o bicentenário de nascimento de São João Bosco.
Dom Pascual Chávez de Villanuova, reitor-mor dos salesianos, assim falou: “Estamos convidados a estudar Dom Bosco e, através da aventura de sua vida, a conhecê-lo como educador e pastor, guia e legislador. Trata-se de um conhecimento que conduz ao amor, à imitação e à invocação”.

Que seu exemplo nos inspire, Dom Bosco sonhador!

Amém

Paz e Bem
AVISO IMPORTANTE

DIA 01/02:Terço às 19:00 hs na casa do Casal
Fábio e Juliana, próximo ao pontilhão.

Obs: Não faltem, teremos avisos importantes!

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA

Jesus é a Lampada que ilumina - Mc 4,21-25

COMENTÁRIOS

A luz cumpre a sua função quando ela ilumina
É em relação à parábola precedente que o nosso texto deve ser compreendido. “Tua Palavra é lâmpada para os meus passos, luz para o meu caminho”, diz o salmista (Sl 119[118],105). A Palavra de Deus é como a lâmpada. A luz cumpre a sua função quando ela ilumina, quando faz ver na escuridão. Mas o Novo Testamento diz que a pessoa também pode ser como a luz. É o caso de João Batista (cf. Jo 5,35). Jesus é a “luz dos homens” (cf. Jo 1,15ss; 8,12); a comunidade cristã é luz: “vós sois a luz do mundo…” (Mt 5,14-16). Ora, a luz simboliza a pessoa, iluminada pela fé, e a sua doutrina, a sua palavra. É de si mesmo que Jesus fala quando diz que uma lâmpada não pode ficar escondida. O que ele é se manifesta em seus gestos e palavras, e em tudo o que ele faz, se manifesta o Reino de Deus. A chamada de atenção dos vv. 24 e 25 é um apelo à compreensão profunda da palavra que o Senhor anuncia para não se fazer um juízo equivocado, nem se permanecer no erro. O que é dado por Deus através do ensinamento de Jesus é para produzir bons frutos.

Carlos Alberto Contieri, sj

ORAÇÃO

Pai, ensina-me a ser benevolente com quem deve ser evangelizado por mim, para que, no final de minha missão, eu possa também experimentar a tua benevolência.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA

A vós é confiado o mistério do Reino de Deus - Mc 4,1-20


COMENTÁRIOS

A Palavra acolhida gera vida nova
Nosso texto pode ser dividido em duas partes: a parábola (vv. 1-9) e a explicação ou alegoria da parábola (vv. 10-20). É provável que a redação da alegoria da parábola tenha sido escrita num período distinto daquele em que a parábola foi dita. Muito embora não tenhamos acesso ao contexto original em que a parábola foi pronunciada, podemos conjeturar que tipo de questão pode ter dado origem à parábola do semeador: Por que a Palavra de Deus é semeada no coração de uns e não de outros? Por que ela produz frutos em uns e não em outros? Deus faz distinção de pessoas? Deus não faz acepção de pessoas. A semente é semeada em toda a extensão do terreno. Sua Palavra é oferecida e semeada no coração de todo ser humano indistintamente. O modo com que a Palavra de Deus é acolhida e o espaço que ela encontra no coração e na vida de cada um é que permite ou não que ela produza os frutos próprios de seu dinamismo, pois assim como a chuva e a neve que caem do céu para lá não voltam sem terem regado a terra, assim a Palavra que sai da boca de Deus e que cai no coração do ser humano (cf. Is 55,10-11).

Carlos Alberto Contieri, sj

ORAÇÃO

Pai, que eu jamais me canse de proclamar a tua Palavra, mesmo com o risco de ver meu esforço fracassar. Que eu esteja bem consciente de que o Reino te pertence.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014



EVANGELHO DO DIA 

Minha família é a que faz a Vontade de Deus - Mc 3,31-35

Nisso chegaram a mãe e os irmãos de Jesus. Ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. Ao seu redor estava sentada muita gente. Disseram-lhe: "Tua mãe e teus irmãos e irmãs estão lá fora e te procuram". Ele respondeu: "Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos?" E passando o olhar sobre os que estavam sentados ao seu redor, disse: "Eis minha mãe e meus irmãos! Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe".

 A comunidade de Jesus é caracterizada pela adesão à sua pessoa
A vida de Jesus era desconcertante não somente para os opositores de Jesus, mas também para a sua família. O texto do evangelho de hoje precisa do apoio de um outro texto para podermos compreender a razão pela qual a mãe e os parentes de Jesus vão procurá-lo. Em Mc 3,20-21, à notícia de que, por causa do grande fluxo de gente que procurava Jesus, ele e seus discípulos não se alimentavam, sua família vai buscá-lo, pois pensavam que estivesse “fora de si”. Essa é a razão pela qual a família de Jesus manda chamá-lo e permanecem do lado de fora da casa. Ora, para os que estão do lado de fora, parece loucura o que Jesus faz e ensina (cf. Mc 3,20.31). Mas, para os que estão ao redor de Jesus e dentro da casa, o que Jesus ensina e faz, o modo como vive, não somente faz sentido mas dá sentido à vida e faz viver. O episódio é a ocasião para afirmar que tudo na vida de Jesus é expressão e engajamento para a realização da vontade de Deus. O que caracteriza o povo, a família, que se reúne em torno dele é a disposição de fazer a vontade de Deus. Não é mais a descendência do sangue ou a prática da Lei que constitui o povo de Deus, mas a adesão à pessoa de Jesus.

Carlos Alberto Contieri, sj

ORAÇÃO

Pai, ensina-me a pautar minha vida pela fidelidade à tua vontade, para que eu faça parte de tua família, fundada pela ação de Jesus.

28 DE JANEIRO - DIA DE SÃO TOMÁS DE AQUINO

SAO TOMÁS DE AQUINO

Ninguém se aproximou da teologia ou da filosofia tomista sem ter haurido nesta fonte a mais excelente doutrina. O nome de São Tomás de Aquino é um marco para todos aqueles que
buscam a verdade. Entretanto, nos pormenores de sua vida e em sua extraordinária personalidade descobrimos mais do que um teólogo: um grande santo.




A busca da verdade é tão antiga quanto o próprio homem, e não há um só entre os seres racionais que não deseje possuí-la. Por outro lado, a privação desse excelente bem acaba dando à coletividade humana uma face desfigurada, que se explica pela adesão a falsas doutrinas ou a meias verdades. Nossa sociedade ocidental é um exemplo dessa profunda carência que não encontra nos avanços da técnica nem na fugacidade dos vícios uma resposta satisfatória.
Um menino que buscava o Absoluto
Mas, afinal, o que é a verdade? Esta era uma das perguntas que o pequeno Tomás fazia em seus tenros cinco anos de idade. Segundo um costume da época, sua edSao Tomas de Aquino_7.JPGucação foi confiada aos beneditinos de Monte Cassino, onde ele passou a morar. Vendo um monge cruzar com gravidade e recolhimento os claustros e corredores, puxava sem hesitar a manga de seu hábito e lhe perguntava: "Quem é Deus?" Descontente com a resposta que, embora verdadeira, não satisfazia inteiramente seu desejo de saber, esperava passar outro filho de São Bento e indagava também a ele: "Irmão Mauro, pode me explicar quem é
Deus?" Mas... que decepção! De ninguém conseguia a explicação desejada. Como as palavras dos monges eram inferiores à idéia de Deus que aquele menino trazia no fundo da alma!
Foi nesse ambiente de oração e serenidade que transcorreu feliz a infância de São Tomás de Aquino. Nascido por volta de 1225, era o filho caçula dos condes de Aquino, Landolfo e Teodora. Entrevendo para o pequeno um futuro brilhante, seus pais lhe proporcionaram uma robusta formação. Mal podiam imaginar que ele seria um dos maiores teólogos da Santa Igreja Católica e a rocha fundamental do edifício da filosofia cristã, o ponto de convergência no qual se reuniriam todos os tesouros da teologia até então acumulados e do qual partiriam as luzes para as futuras explicitações.
A vocação posta à prova
Muito jovem ainda, São Tomás partiu para Nápoles a fim de estudar gramática, dialética, retórica e filosofia. As matérias mais árduas, que custam até aos espíritos robustos, não passavam de um simples joguete para ele. Entretanto, nesse período de sua vida não avançou menos em santidade do que em ciência. Seu entretenimento era rezar nas diversas igrejas e fazer o bem aos pobres.
Ainda em Nápoles Deus lhe manifestou sua vocação. Seus pais desejavam vê-lo beneditino, abade em Monte Cassino ou Arcebispo de Nápoles, entretanto, o Senhor lhe traçara um caminho bem diverso. Era na Ordem dos Pregadores, recém fundada por São Domingos, que a graça haveria de tocar-lhe a alma. São Tomás descobriu nos dominicanos o carisma com o qual se identificou por completo. Após longas conversas com Frei João de São Julião, não duvidou em aderir à Ordem e fez-se dominicano aos catorze anos de idade.
Costuma a Providência Divina solidificar no cadinho do sofrimento as almas às quais confere um chamado excepcional, e São Tomás não escapou à regra. Quando sua mãesoube de seu ingresso nos dominicanos, tomou-se de fúria e quis tirálo à força. Fugindo para Paris, com o objetivo de escapar da tirania materna, o santo doutor foi dominado por seus irmãos que o buscavam com todo empenho. Após terem-no espancado brutalmente, procuraram despojá-lo de seu hábito religioso. "É uma coisa abominável - dirá depois São Tomás - querer repreender os Céus por um dom que de lá recebemos".
Assim capturado, levaram-no à mãe, a qual tentou fazê-lo abandonar seu propósito. Na incapacidade de convencê-lo, encarregou suas duas filhas de dissuadir a qualquer preço o irmão "rebelde". Com palavras sedutoras, elas lhe mostraram as mil vantagens que o mundo lhe oferecia, até mesmo a de uma promissora carreira eclesiástica, desde que renunciasse à Ordem Dominicana. O resultado desta entrevista é assombroso: uma delas decidiu fazer-se religiosa e partiu para o convento de Santa Maria de Cápua, onde viveu santamente e foi abadessa. Eis a força da convicção e o poder de persuasão deste homem de Deus!
Confronto decisivo
Farta de vãos esforços, a família tomou uma medida drástica: prendeuo na torre do castelo de Roccasecca, com o intuito de mantê-lo encarcerado enquanto não desistisse de sua vocação. Em completa solidão, o santo passou ali quase dois anos, os quais foram aproveitados para um aprofundamento nas vias da contemplação e do estudo. Os frades dominicanos o acompanhavam espiritualmente através de orações e enviavam com sagacidade livros e novos hábitos que lhe chegavam às mãos por intermédio de suas irmãs.
Como passava o tempo sem o jovem detido esmorecer, seus irmãos - instigados por Satanás - montaram um plano execrável: enviaram à torre uma moça de maus costumes para fazê-lo cair em pecado. Contudo, São Tomás há Sao Tomas de Aquino_3.JPGmuito se solidificara na prática de todas as virtudes, e não se deixaria arrastar. Vendo aquela perversa mulher aproximar-se, pegou na lareira um tição em chamas e com ele se defendeu da infame tentadora que fugiu apavorada para salvar a própria pele.
Insigne vitória contra o inimigo da salvação! Reconhecendo nesse episódio a intervenção divina, São Tomás traçou com o mesmo tição em brasa uma cruz na parede, ajoelhou-se e renovou sua promessa de castidade. Comprazidos por tal gesto de fidelidade, o Senhor e sua Mãe lhe mandaram um sono durante o qual dois anjos o cingiram com um cordão celestial, dizendo: "Viemos da parte de Deus conferir- te o dom da virgindade perpétua, que a partir de agora será irrevogável".
Nunca mais São Tomás sofreu qualquer tentação de concupiscência ou de orgulho. O titulo de Doutor Angélico não lhe foi dado apenas por ter transmitido a mais alta doutrina, mas também por ter em tudo se assemelhado aos espíritos puríssimos que contemplam a face de Deus.
O aluno supera o mestre
Agora com o assentimento dos seus, São Tomás partiu para consolidar sua formação intelectual em Paris e Colônia. Falava-se muito da pregação que fazia nesta última cidade o bispo Santo Alberto Magno, o mais conceituado mestre da Ordem dos Pregadores. São Tomás rezou, pedindo para conhecê-lo e receber dele as maravilhas da fé, e, para sua alegria, foi atendido. O que Santo Alberto não podia imaginar era que aquele frade despretensioso, de poucas palavras e presença discreta, tivesse tamanha envergadura espiritual.
Certo dia, caiu nas mãos do mestre um trecho escrito por seu aluno. Admirado pela profundidade do conteúdo, pediu a São Tomás para expor à toda a classe aquela temática. O resultado foi uma explanação em tudo surpreendente, na qual os demais alunos comprovaram quão temerário era o juízo pejorativo que faziam de seu companheiro: ele logrou explicitar com mais riqueza, expressividade e clareza que o próprio Santo Alberto.
Daí em diante, a vida do Doutor Angélico foi uma seqüência de sublimes serviços prestados à sagrada teologia e à filosofia. Aos 22 anos de idade interpretou com genialidade a obra de Aristóteles; aos 25, juntamente com São Boaventura, obteve o doutorado na Universidade de Paris. Estes dois arquétipos doutrinários nutriam grande admiração recíproca, a ponto de disputarem afetuosamente, no dia de receberem o título máximo, quem seria nomeado primeiro, cada qual desejando ao outro
a primazia.
Obra portentosa
Tão vasta é a obra tomista que a simples enumeração de seus escritos ocupa várias páginas. Formam um total de quase sessenta grandes obras - entSao Tomas de Aquino_.jpgre comentários, sumas, questões e opúsculos - das quais não está excluída nenhuma das principais preocupações do espírito humano.
Sua prodigiosa faculdade de memória lhe permitia reter todas as leituras que fizera, entre elas a Bíblia, as obras dos filósofos antigos e dos Padres da Igreja. Todas as oitenta mil citações contidas em seus escritos brotaram espontaneamente de sua capacidade retentora. Nunca precisou ler duas vezes o mesmo trecho. Ao lhe ser perguntado qual era o maior favor sobrenatural que recebera, depois da graça santificante, respondeu: "Creio que o de ter entendido tudo quanto li".
Em suas obras vemos uma incrível acuidade de espírito, um raro dom de formulação e uma superior capacidade de expressão. Costumava resolver quatro ou cinco problemas ao mesmo tempo, ditando para diversos escreventes respostas definitivas às questões mais obscuras. Não sucumbiu ao peso de seus conhecimentos, mas, pelo contrário, os harmonizou num conjunto incomparável que tem na Suma Teológica a mais brilhante manifestação.

Sabedoria e oração
Falar das qualidades naturais do Doutor Angélico sem considerar a supremacia da graça que resplandecia em sua alma seria uma deturpação. Frei Reginaldo, seu fiel secretário, disse tê-lo visto passar mais tempo aos pés do crucifixo do que em meio aos livros.
A fim de obter luzes para solucionar intrincados problemas, o santo doutor fazia freqüentes jejuns e penitências, e não raras vezes o Senhor o atendeu com revelações celestiais. Em certa ocasião, enquanto rezava fervorosamente, pedindo luzes para explicar uma passagem de Isaías, apareceram-lhe São Pedro e São Paulo e esclareceram todas as dúvidas.
Recorria também a Jesus Sacramentado. Às vezes colocava a cabeça no sacrário e rezava longamente. Assegurou depois ter aprendido mais desta forma do que em todos os estudos que fizera. Por seu entranhado amor à Eucaristia, compôs o Pange Lingua e o Lauda Sion para a festa de Corpus Christi: obras-primas jamais superadas.
Um dia, estando imerso em adoração a Jesus Crucificado, o Senhor dirigiu- Se a ele com estas palavras:
- Escreveste bem sobre Mim, Tomás. Que recompensa queres?
Nada mais que a Vós, Senhor - respondeu ele.
A recompensa demasiadamente grande
Em 1274 São Tomás partiu para Lion a fim de participar do Concílio Ecumênico convocado pelo Papa Gregório X, mas no caminho adoeceu gravemente. Como não havia nenhuma casa dominicana próxima, foi levado para a abadia S TOMAS DE AQUINO.jpgcisterciense de Fossanova, onde faleceu a 7 de março, antes de completar cinqüenta anos de idade. Suas relíquias foram transportadas para Toulouse em 28 de janeiro de 1369, data em que a Igreja Universal celebra sua memória.
Ao receber por derradeira vez a Sagrada Eucaristia, disse ele:
"Eu Vos recebo, preço do resgate de minha alma e Viático de minha peregrinação, por cujo amor estudei, vigiei, trabalhei, preguei e ensinei. Tenho escrito tanto, e tão freqüentemente tenho discutido sobre os mistérios da vossa Lei, ó meu Deus; sabeis que nada desejei ensinar que não tivesse aprendido de Vós. Se o que escrevi é verdade, aceitai-o como uma homenagem à vossa infinita majestade; se falso, perdoai a minha ignorância. Consagro tudo o que fiz e o submeto ao infalível julgamento da vossa Santa Igreja Romana, na obediência à qual estou prestes a partir desta vida."
Belo testamento de elevada santidade! A Igreja não tardou em glorificá- lo, elevando-o à honra dos altares em 1323. Na cerimônia de canonização, o Papa João XXII afirmou: "Tomás sozinho iluminou a Igreja mais do que todos os outros doutores. Tantos são os milagres que fez, quantas as questões que resolveu". No Concílio de Trento, as três obras de referência postas sobre a mesa da assembléia foram: a Bíblia, os Atos Pontificais e a Suma Teológica. É difícil exprimir o que a Igreja deve a este seu filho ímpar.
Da fé extraordinariamente vigorosa do Doutor Angélico brotava a convicção profunda de que a Verdade em essência não é senão o próprio Deus, e a partir do momento em que ela fosse proclamada em sua integridade, seria irrecusável e triunfante.  Eis o grande mérito de sua doutrina imortal: ela continua ecoando ao longo dos séculos, pois nada pode abalar a supremacia de Cristo.
Em São Tomás a Igreja contempla a realização plena da oração feita pelo Divino Mestre nos derradeiros momentos que passou nesta terra: "Santifica-os na verdade. A tua palavra é a verdade. Assim como Tu me enviaste ao mundo, também Eu os enviei ao mundo. Por eles Eu santifico-Me a Mim mesmo, para que também sejam santificados na verdade" (Jo 17, 17-19).

ORAÇÃO DE SÃO TOMÁS DE AQUINO

PARA ANTES DOS ESTUDOS

Quem é Deus? – perguntava o pequeno Tomás (ainda com cinco anos), puxando a longa manga de um venerável monge de Monte Cassino. A resposta convencional não satisfazia o desejo de saber daquele “frade” em miniatura. Seu Sao Tomas de Aquinopensativo silêncio não era de assentimento… E corria para junto de outro religioso: “Frei Mauro, quem é Deus?”
Este diminuto “monge” era o futuro São Tomás de Aquino, Doutor da Igreja que ilumina os firmamentos da Teologia até hoje, com sua inteligência transbordante de Fé.
Onde foi ele buscar tanto saber? De onde lhe vinha sua memória privilegiada? De quem herdara inteligência tão genial?
Confessava humildemente São Tomás ter aprendido mais em suas longas preces diante do Ssmo. Sacramento do que nos livros de teologia. A oração por ele composta é um reflexo de sua grande despretensão.
Oração:
Criador inefável, que, em meio aos tesouros de vossa Sabedoria, elegestes três hierarquias de Anjos e as dispusestes em uma ordem admirável acima dos Céus, que dispusestes com tanta beleza as partes do universo, Vós, a quem chamamos a verdadeira Fonte de Luz e de Sabedoria, e o Princípio supereminente, dignai-Vos derramar sobre as trevas de minha inteligência um raio de vossa clareza. Afastai para longe de mim a dupla obscuridade na qual nasci: o pecado e a ignorância.
Vós, que tornais eloqüente a língua das criancinhas, modelai minha palavra e derramai nos meus lábios a graça de vossa bênção.
Dai-me a penetração da inteligência, a faculdade de lembrar-me, o método e a facilidade do estudo, a profundidade na interpretação e uma graça abundante de expressão.
Fortificai meu estudo, dirigi o seu curso, aperfeiçoai o seu fim, Vós que sois verdadeiro Deus e verdadeiro homem, e que viveis nos séculos dos séculos. Amém.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

EVANGELHO DO DIA


ANO A - DIA 27/01


Blasfêmia contra o Espírito Santo - Mc 3,22-30

Os escribas vindos de Jerusalém diziam que ele estava possuído por Beelzebu e expulsava os demônios pelo poder do chefe dos demônios. Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como pode Satanás expulsar Satanás? [...] Em verdade, vos digo: tudo será perdoado às pessoas, tanto os pecados como as blasfêmias que tiverem proferido. Aquele, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado; será réu de um ‘pecado eterno’”. Isso, porque diziam: “Ele tem um espírito impuro”.
Palavra da Salvação!
Glória à vós Senhor!

BÊNÇÃO

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 

Louvem à Deus pela vida, por mais um dia,por mais uma semana enfim por tudo; e por todos.

domingo, 26 de janeiro de 2014


3º Domingo do Tempo Comum –  26/01/2014

Que hoje assumamos a nossa vocação, assumamos o nosso lugar no Reino de Deus! Nós somos chamados a construí-lo onde quer que estejamos.
”Jesus disse a eles: ‘Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”’ (Mt 4, 19).
Meus queridos irmãos e irmãs, o Reino de Deus acontece no meio de nós, porque Jesus, o Filho de Deus, veio morar no meio de nós, veio viver entre nós,  homens, conhecendo nossa realidade, nossos sofrimentos e tudo aquilo pelo qual nós passamos em nossa humanidade.
É Jesus quem hoje deixa a cidade que O criou, a cidade onde Ele cresceu, que foi Nazaré e, naquele momento, vai habitar em Cafarnaum, às margens do mar da Galileia. Um mar que se parece mais com um rio, ao redor do qual se desenvolve a vida do povo; gente que vai, que vem, e no meio deles passa o Senhor. Primeiro, anunciando o Reino de Deus, o anúncio do Reino de Deus comporta dizer uma mensagem de conversão: ”Convertei-vos, porque o Reino dos Céus está próximo!” Ou seja, que nós mudemos a nossa conduta; mudemos a nossa mentalidade e nosso comportamento, a maneira de agir e de pensar, porque uma Boa Nova está chegando no meio de nós, a Boa Nova do Reino de Deus. E quando essa Boa Nova é anunciada os doentes são curados e as enfermidades são sanadas pela presença abençoada de Jesus no meio de nós.
Mas para que o Reino de Deus aconteça Jesus precisa de colaboradores, de homens e de mulheres que se coloquem à disposição para anunciar este Reino. E Jesus, ao mesmo tempo que sai para pregar, orar, libertar, Ele também chama novos seguidores. Hoje o Senhor chama Pedro e seu irmão, André, naquilo que estão fazendo, lançando suas redes ao mar, Jesus os chama para  os tornar pescadores de homens. Da mesma forma, Jesus também chama Tiago e, também seu irmão João, os dois filhos de Zebedeu, para que se tornem também pescadores, mas agora de homens.
Jesus chamou cada um pelo nome, olhou nos olhos de cada um deles e os chamou para O seguir de perto. Hoje o Senhor está chamando muitos de nós! Um dia eu fui chamado, um dia você também foi chamada, um dia todos nós seremos chamados por este mesmo Deus pelo nosso próprio nome, para nos tornarmos colaboradores, para nos tornarmos agentes no Reino dos Céus, levando a Palavra onde quer que estejamos.
Que hoje assumamos a nossa vocação, assumamos o nosso lugar no Reino de Deus! Nós somos chamados a construir o Reino de Deus onde quer que estejamos. Que nós sejamos operários da messe do Senhor!
Deus abençoe você!
Rezemos pela alma de nosso irmão Wagner, para que Deus o acolha este seu Filho amado, e conforte sua família, que Nossa Senhora do Carmo, envolva sua família e amigos com seu Santo Escapulário.

Mãe cuida deste filho (Wagner ) que é teu!