sábado, 15 de setembro de 2012


Exaltação da Santa Cruz



No dia 14 de Setembro, a liturgia da nossa Igreja celebra a festa
da Exaltação da Cruz. O fiel é convidado a penetrar as profundezas de um
“amor que chegou aos extremos” (Jo 13,1), louvando, agradecendo, exaltando.
Não podemos restringir a nossa contemplação ao aspecto doloroso e trágico
dessa “bendita e louvada” Cruz, da qual pendeu a salvação do mundo. Ficamos
chocados e até, revoltados diante dessa ignominiosa crueldade de condenar um
Inocente através do suplício degradante e debochante, que era reservado aos
escravos mais vis e revoltados, os bandidos e salteadores.
 Queremos engrandecer o heroísmo máximo de quem morreu pelas mais
nobres causas, escancarando o acesso à salvação para todos.
Sempre olhamos para o Crucificado com certa tristeza… Além de ter
diante dos olhos a imagem mais cruel do Homem das Dores, vem-nos à lembrança
a causa de tanto sofrimento: os pecados todos desde Adão até o final dos
tempos estão retratados ali, naquela imagem de um transfigurado pela dor,
ingratidão, pela paixão e pelo sofrimento da humanidade toda. O profeta
Isaías, nos Cânticos do Servo de Javé, havia profetizado: “O mais belo dos
homens perdeu toda a sua beleza. Não mais parece nem mesmo gente. Aparece
como “golpeado, humilhado, desonrado e triturado” (Is 53,5).
Contudo, os Santos viam nEle a suma beleza, o maior objeto de
esperança, a figura santa e verdadeira do homem novo. Desta forma, a Cruz
será o grande contraste, o desafio por definição. Por um lado demonstra a
maldade do ser humano e, por outro, a grandiosidade do amor do Pai “que não
poupou a seu próprio Filho” (Rm 8,32) e de Cristo, que demonstra ali o maior
amor pelos amigos, “morrendo por eles” (Jo 15,13).
O Crucificado é, efetivamente, o centro da História humana. É
naquela hora – a HORA entre as demais horas – que se realiza “a plenitude
dos tempos” (Ef 1,10 e Gl 4,4) Jesus havia confidenciado, que naquela hora
iria atrair tudo para si. De fato tudo se agrupa ao redor da Cruz; os povos
que andam nas trevas e os que avançam ao clarão da luz eterna; a história de
cada pessoa e do universo todo adquire pleno sentido à sombra dessa Cruz. É
por isso, que São Paulo nos fala do mistério da Cruz como o mistério
central, o centro de toda a ciência e sabedoria. O Crucificado, no mistério
de sua Paixão e Morte nos assegura o aprendizado dos seus inesgotáveis
tesouros de sabedoria e ciência. Achegando-nos ao Crucificado,
contemplando-o com profunda compenetração, tornamo-nos seus alunos e, se
formos dóceis aos seus ensinamentos, tornamo-nos seguidores dos seus passos
todos… até mesmo dos ensagüentados.
“A Cruz está de pé, enquanto o mundo gira”, cantava-se em séculos
passados, aparecendo, assim, a Cruz como a rocha firme, o baluarte que não
treme diante das coisas que passam. Ela é estável e firme! Ela está firme
enquanto os acontecimentos humanos se desenrolam a seus pés, transformados
pelo sangue redentor, pelo benefício de um amor eterno.
A Cruz é também o grande sinal da esperança última: “Verão aparecer
sobre as nuvens o sinal do Filho do Homem” (Mt 24,30). Os cemitérios, as
lápides sepulcrais quase todas estão assinaladas pela Cruz. É a certeza de
que aqueles que “morreram em Cristo, também ressuscitarão com Ele” (Rm 6,4).
A Cruz atravessa as sombras da morte, os muros do desconhecido mundo do
Além, e abre novas esperanças, a visão preanunciada de uma vida nova de
felicidade eterna: agregação conjunta de todos os bens e alegrias, amizade
transformante com Deus, imersão na sua glória.
A Cruz, dizíamos, se nos apresenta como um grande contraste, um
verdadeiro choque. Ali se defrontam o ódio máximo e o amor maior; o aparente
fracasso e a vitória final, já iniciada; a justiça e a misericórdia; as
luzes e as trevas; a tristeza da morte e o borbulhar das “fontes da alegria
de salvação” (Is, 12,3). A Cruz nos estimula ao sacrifício, ao heroísmo e ao
martírio. Nela os missionários de todos os tempos encontravam inspiração e
impulso evangelizador. Todos os inumeráveis mártires de ontem e de hoje
encontravam nela o ideal e a força para o sofrimento e para o enfrentamento
da própria morte, qualquer que fosse.
A Cruz, ainda hoje, nos irmana na solidariedade com os que sofrem:
doentes, encarcerados, injustiçados, excluídos… Para todos eles (e para
nós também) o Crucificado é a resposta: “Não temais eu venci o mundo” (Jo
16,33).
Ao nos persignarmos com o sinal do cristão – como aprendemos desde
o Catecismo – professamos a nossa fé que brota da Cruz e nela se consuma
como vitória final. Não percamos o lindo costume de enriquecermos as salas
de estar, salas de aula, de decisões maiores, estabelecimentos públicos -
com a figura nobre e, ao mesmo tempo, triste do Crucificado. É perene apelo
à justiça e honestidade. É garantia de acerto.
Ao contemplarmos um pouco mais de perto o Crucificado, entenderemos
melhor os segredos de Jesus e teremos mais coragem para enfrentar os
contratempos do dia-a-dia e nossos olhos penetrarão nos abismos do Amor…
A Cruz é uma das grandes maravilhas de um amor sem limites e sem
explicações, de um amor humano-divino de total doação.

15 DE SETEMBRO: DIA DE NOSSA SENHORA DAS DORES


Nossa Senhora das Dores"Quero ficar junto à cruz, velar contigo a Jesus e o teu pranto enxugar!"

Assim, a Igreja reza a Maria neste dia, pois celebramos sua compaixão, piedade; suas sete dores cujo ponto mais alto se deu no momento da crucifixão de Jesus. Esta devoção deve-se muito à missão dos Servitas – religiosos da Companhia de Maria Dolorosa – e sua entrada na Liturgia aconteceu pelo Papa Bento XIII.

A devoção a Nossa Senhora das Dores possui fundamentos bíblicos, pois é na Palavra de Deus que encontramos as sete dores de Maria: o velho Simeão, que profetiza a lança que transpassaria (de dor) o seu Coração Imaculado; a fuga para o Egito; a perda do Menino Jesus; a Paixão do Senhor; crucifixão, morte e sepultura de Jesus Cristo.

Nós, como Igreja, não recordamos as dores de Nossa Senhora somente pelo sofrimento em si, mas sim, porque também, pelas dores oferecidas, a Santíssima Virgem participou ativamente da Redenção de Cristo. Desta forma, Maria, imagem da Igreja, está nos apontando para uma Nova Vida, que não significa ausência de sofrimentos, mas sim, oblação de si para uma civilização do Amor. 

A ordem dos servitas foi responsável por criar uma devoção especial conhecida como "As Sete Dores de Nossa Senhora", que nos lembram os momentos de sofrimento e entrega de Maria ao seu Senhor.  São elas:
1- A profecia de Simeão - Lc 2, 35
2- A fuga com o Menino para o Egito - Mt 2, 14
3- A perda do Menino no templo, em Jerusalém - Lc 2, 48
4- O encontro com Jesus no caminho do calvário - Lc 23, 27
5- A morte de Jesus na cruz - Jo 19, 25-27
6- A lançada no coração e a descida de Jesus da cruz - Lc 23, 53
7- O sepultamento de Jesus e a solidão de Nossa Senhora - Lc, 23, 55

Oração a Nossa Senhora das Dores

Virgem Santíssima das Dores, olhai-me carregando a cruz de meu sofrimento.
Acompanhai-me como acompanhastes a Vosso Filho Jesus no caminho do Calvário.
Sois minha Mãe e vos necessito.
Ajudai-me a sofrer com amor e esperança para que minha dor seja dor redentora.
Que as mãos de Deus se convertam num grande bem para a salvação de almas.
Amém.
HOJE DIA 15, TEREMOS TERÇO NA COMUNIDADE STA. CATARINA ÀS 19:OOhs.
AMANHÃ DIA 16, MISSA NA MATRIZ ÀS 19:OO hs ANIMADA PELO TERÇO DOS HOMENS.

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